vou com as mãos
arremessada ao vento
segurando uma folha
dando voltas e nunca voltando
ao mesmo tempo
em que a mão arremessa a folha
e segurar era parar o vento
eu vou urinar no chão
e acender uma vela a cada centímetro
que me separa do trem
e quando ele chega
não subo
faço retiro de silêncio
no meio da multidão
porque minhas veias são minúsculas
mas posso jorrar
Escritora e educadora, autora dos livros de poemas "Orações", "Oferenda" e "O que digo, o que me diz". Desenvolveu a Bolsa de Criação Literária Funarte em 2013.
Contemplada pelo Proac 2011 de Publicação de Livros pela Secretaria Estadual de Cultura.
Doutora em Arte Educação pelo Instituto de Artes da UNESP
Fundadora d'A Casa tombada [Lugar de Arte, Cultura, Educação] | www.acasatombada.com
É apaixonada por dois poemas: "Segunda Elegia" de Rilke e Canto VII Audição de Orfeu, poema XIV de Jorge de Lima: sem eles não há vida.