Os espinhos pregam-se
às roupas
A moça ocupa-se da
limpeza da janela
Enquanto alguém pensa
o que fazer com o pote sem uvas que recebeu no verão passado
Estou pronto, neste quarto amarelo
A dialogar com as palavras. Elas podem fechar o sol. Elas podem tudo.
Estou pronto, a professar com as estantes
que aprendi a brincar de labirinto, mas não sei o que faço quando me
batem à porta
As sombras são palavras mudas
brotam em cima da casa fechada
Quanto mais unidas as mãos estiverem
mais longe a carne pousará
nossos joelhos aprendem a olhar para o chão,
mas o peito nasce para tocar o nu
na mata de eucaliptos,
de sombra exposta, porém ensurdecedora
somos uma lembrança jogada ao telhado
a desejar o centro da folhagem