Um menino,
na sétima série, que chegava na sala de aula todos os dias e tirava a sua roupa,
tênis e meias, pendurava no varal, que ele mesmo havia feito, de barbante, no
fundo
Nu, sentava-se
no meio da sala, a trocar a pele com o chão, cadeira e outros materiais. Magro,
sem frio nem vergonha.
Não me lembro da professora. Eu me
sentava perto, ao seu lado direito. Mas, algumas vezes, no meio da aula, eu me
achava debaixo da cadeira, no esconderijo da expiação
E pensava:
Quando
chegar a hora do intervalo, vou pedir para ele fazer um desenho para mim,
e vou saber como um homem se equilibra ao sol.